No quinta-feira dia 2 de fevereiro, às 16:53 hs. quatro policias controlam as papeis de um grupo de jovens da cidade subúrbio Aulnay-sous- Bois. Théo L., educador de bairro, se aproxima. Os quatro policiais o prendem, dirigem-se a ele com palavras de conotação racista – ele é negro – e o violam com uma arma que utilizam em serviço (matraca). Isso ocorre depois de décadas de controles diretos à pessoa, no metrô e nos bairros populares depois do assassinato de um militante ecologiste, da repressão violenta dos piquetes de greve, e de jovens que se manifestavam contra a lei do trabalho.
Os policiais agressores são liberados mas, ao contrario, os jovens acusados de jogar pedras, são firmemente condenados a penas de prisão.
O candidato apresentado pelos Os Republicanos e a UDI (União dos Democratas e Independentes), Fillon, se aproveira das explosões de cólera, elas tornam-se o pretexto para reclamar penas minimas, pedir a maioridade penal a 16 anos e tambem milhares de vagas suplementares em prisão. Pose-se dizer que Fillon conhece muito bem a deliquência dos colarinhos brancos.
A candidata que a Frente Nacional apresentou, M. Le Pen se precipitou imediatamente a uma delegacia para deixar claro aos policiais, a sua cumplicidade. Deve-se dizer aqui que, o fundador do partido que ela herdou, a FN (Frente Nacional), era um torturador de Árabes durante a guerra da Argelia.
Os dois pedem a proibição das manifestações de protesto popular enquanto que eles mesmos aprovaram as manifestações ilegais de policiais e com seus veiculos de serviço.
O candidato Macron, dez dias depois do crime apresentá-se em uma delegacia, promete aumentar os poderes da polícia e criar 10 000 vagas adicionais de policiais e de gendarmes (políciais que trabalham como se fossem militares), assim como também a criação de 15 000 vagas para trabalhar em prisões. Deve-se lembrar que Macron conhece muito bem o banditismo posto que trabalhou para um “banco de negócios”.
O governo PS-PRG- PE (Partido Socialista, Partido Radical de Esquerda e Partido Ecologista), aorelizar depois dos atentados, a unidade nacional (da FN ao PCF – Partido Comunista Francês – do Medef – Movimento das empresas da França – à CGT – Confederação Geral dos Trabalhadores – FO – Força Operária – e Solidaires – Solidários), restringiu as liberdades e reforçou a polícia, o exército e os serviços secretos. Aumentu seus efetivos: 2300 militares suplementares em 2016; 15 300 cargos a mais na polícia e na justiça durante seu quinquênia. O governo, ao ceder às manifestações de policiais enquadrados pela FN, partido fascistizante, e pelos grupos fascistas, ao dar-lhe o direito de utilisar armas de fogo, enviando-os contra os trabalhadores em manifestação e em greve, encoraja-os, e lhes dá a certeza da impunidade.
Os dirigentes sindicais Mailly e Martinez, lamentado que os policiais usavam matracas e gás contra os manifestantes e em seguida apoiando as manifestações mafiosas de policiais, acabaram por encorajar as forças de repressão, em lugar de intimidá-las, e de que a greve geral, a defesa das manifestações e dos bloqueios os mantivessem respeitosos.
Os partidos de origem operária que mostraram uma grande compreensão com relação às manifestações de policiais (PS, PdG – Partido de Esquierda –, PCF, LO – Luta Operária) têm também sua responsabilidade. Os candidatos dos partidos “reformistas” querem, além do mais, reformar o exército e a polícia: Hamon, apoiado pelo PS, promete 5 000 policiais a mais; Mélenchon, apoiado pelo PdG e pelo PCF, promete o dobro 10 000 colocando-se mais à direita do que Hamon.
A urgência é a frente única das organizações nascidas da classe operária na defesa de Théo L. E de outras vítimas dos atos de violência por parte da polícia.
A presença várias vezes repetida do PCF e do PS nos governos, nunca mudou o papel da polícia e do exército. O Estado é o instrumento da classe dominante e seu núcleo vem a ser o aparelho de repressão (polícia, justiça, exército, serviços secretos). O exército francês mantém guerras em Mali, na Síria e no Iraque ao mesmo tempo em que a polícia patrulha os bairros populares como se fosse um exército de ocupação. Os maiores poluidores são os “managers” das firmas multinacionais, os maiores terroristas são os exércitos imperialistas que destroem países inteiros (Iraque…). Mas as vítimas das violências policiaís são antes de quaisquer outras, todos os pobres, não os patrões que são a causa dos suicídios de assalariados ou os acidentes de trabalho (150 mortos por ano no setor da construção e dos trabalhados públicos – BTP em francês), contra alguns poucos na polícia, que utilisam os paraísos fiscais ou que desempregam os trabalhadores (como PSA – Peugeot Sociedade Anônima – em Aulnay); as vítimas tampouco são os
políticos às suas ordens; como Le Pen pai, Sarkozy, Fillon ou Strauss-Kahn.
Os pedidos dos políciais conduzem a um menor número de liberdades democráticas, a uma maior repressão dos explorados e oprimidos. Os “sindicatos” de policiais não têm, portanto, nenhum lugar nas confederações operárias (FO, CGT, Solidaires…).
A Comuna de Paris desintegrou a polícia burguesa em 1871. O armamento da população permitiu as conquistas sociais e democráticas de 1945. O movimento operário deve retomar o seu programa, de novo aquele programa do Partido operário de 1880 e o do Partido Comunista de 1918: defesa das lutas e das organizações contra a polícia e os homens do capital que executam suas regras, desarmamento dos corpos de repressão, armamento do povo, governo dos trablhadores.